Expo Personal Boards é o evento promovido pela Personal Boards, empresa de aprimoramento técnico para esportes com prancha. O evento reúne atletas, especialistas, marcas e amadores dos esportes com prancha para debater sobre assuntos relacionados à ciência e à vivência do esporte, e este foi o vídeo feito para divulgação e promoção através das redes sociais.
C O N C E I T O
O conceito do vídeo surgiu em uma das reuniões que fizemos com o pessoal da Personal Boards. Imaginamos um vídeo com narração em off de um texto que se comunicasse com o público do evento acompanhado de imagens que retratassem principalmente o dia-a-dia de surfistas profissionais e amadores, em vez de imagens de atletas pegando onda ou andando de skate, o que seria muito mais trivial num vídeo do gênero. A narrativa padrão costuma mostrar pessoas fazendo manobras, ou levando caldos ou tombos tentando fazê-las.
Já nós, gostaríamos de exibir o cotidiano, mostrar como a vida de todos os apaixonados pelos esportes com prancha apresenta mais semelhanças do que diferenças. Essa era a ideia, representar um pouco a atmosfera presente no universo do surf: viagens, natureza, amigos e lugares.
C O N T R A T E M P O S
Embora o resultado tenha ficado muito próximo do conceito inicial, o processo foi mais apressado do que gostaríamos.
Após a reunião em que surgiu a ideia do vídeo, o cotidiano do nosso trabalho nas redes sociais da Expo Personal Boards acabou se sobrepondo ao projeto do vídeo, que acabou sendo suspenso temporariamente. Até que a poucos dias do evento, o produtor geral nos avisou que havia gravado vídeo e áudio do ator Paulo Vilhena lendo o texto Palavras de um Surfista e que o tal vídeo de divulgação iria acontecer.
O problema é que não possuíamos o direito sobre o texto Palavras de um Surfista. Essa reflexão sobre a vida de quem é do surf foi escrito pelo surfista soteropolitano Raoni Cunha em setembro de 2012, circulou bastante pelo meio na época, e quando tivemos a ideia para o vídeo ele até foi citado como referência. A ideia, no entanto, era de que elaborássemos um texto original para o vídeo. No entanto, por conta da oportunidade de fazer essa narração com um ator profissional — algo que já havíamos pensado — as palavras gravadas acabaram sendo exatamente as do texto que deveria ser apenas uma referência.
Antes de começar a editar o vídeo, tentamos falar com o autor, porém sem sucesso. Como o prazo era bem apertado acabamos realizando o vídeo, e publicando-o, sem a autorização do Raoni. Depois de alguns dias conseguimos contato com ele e tudo foi resolvido. Ele inclusive compareceu ao evento, mas, ainda assim, a situação trouxe certo desconforto durante o processo de edição.
Outra situação desfavorável — e que por acaso passamos novamente durante o vídeo do livro O Acre Existe — foi a de termos que trabalhar somente com imagens prontas e que não haviam sido feitas para o projeto específico, com exceção, é claro, da filmagem do ator lendo o texto. Não poderíamos simplesmente sair pela internet em busca de gravações que nos servissem porque estávamos produzindo um material comercial, ou seja, deveríamos possuir todo o direito de usá-las.
Assim, pessoas ligadas à Personal Boards nos disponibilizaram filmes das suas viagens em busca de ondas pelo mundo. Esse tipo de material é uma espécie de recordação frequentemente oferecida pelos próprios guias de viagem, que se encarregam de captar as cenas dos surfistas e depois editá-las de forma simples em filme único. Para o vídeo, utilizamos trechos de viagens a El Salvador, Nicarágua, Peru, Maldivas e Marrocos. Também usamos alguns trechinhos de gravações inéditas fornecidas pelo próprio Paulo Vilhena.
Novamente a partir de uma precaução com a questão dos direitos autorais, fomos em busca de trilhas sonoras que estivessem sob a licença Creative Commons. Após uma boa pesquisa, encontramos o compositor norte-americano Josh Woodward, que disponibiliza em seu site um vasto acervo de músicas para uso comercial nas versões com voz e instrumental.
V E R S Õ E S
Algo interessante que nos deparamos nesse projeto foi a restrição do tempo de duração que o vídeo precisava ter para ser veiculado no Instagram. Enquanto o vídeo completo, que contemplava toda a leitura do texto, ficou com 1 minuto e 34 segundos, a versão para Instagram deveria ter no máximo 1 minuto.
Esse foi um exercício complicado, porque foi necessário abrir mão de algumas partes de texto e de imagem, mas ainda assim dar ao vídeo começo, meio e fim, sem eliminar a linha de raciocínio do vídeo original.
No entanto, na versão reduzida esse encolhimento fica quase imperceptível, e nos lembra que não existe nada que seja de fato imprescindível.
A L C A N C E
O vídeo se tornou um viral, e já conta mais de 38 mil visualizações no YouTube.
Esse alcance com certeza se deve principalmente à presença de um rosto conhecido, do ator Paulo Vilhena, logo no começo do filme. Inclusive, no primeiro corte do vídeo, começávamos com alguns surfistas no mar, e a imagem do Paulo Vilhena só aparecia no finalzinho. Prevendo que a participação do ator seria fundamental para a popularidade do vídeo, preferimos já abrir com seu rosto, o que se mostrou uma decisão acertada.
Também nos esforçamos para que o vídeo fosse interessante para além da presença do Paulo Vilhena, e esse compromisso contribuiu para a identificação e, por consequência, para o engajamento que a comunidade do surf e de outros esportes tiveram com o projeto.
F I C H A T É C N I C A