Prêmio Design Museu da Casa Brasileira é uma das principais premiações de design do país, e esta foi a proposta enviada para o concurso de cartaz da edição 31.
A P R O P O S T A
Nesta edição do concurso, nos propusemos a contar a história dos 31 anos do Prêmio em uma única peça. Para tal, criamos um cartaz dividido em trinta e cinco partes, numa modulação de 7x5 dobras, formando uma espécie de folder onde cada “página” ou “célula” conta ano a ano quais categorias foram premiadas e o nome dos seus respectivos vencedores.
Nosso trabalho começou com um levantamento desses dados no site do MCB, que apesar de conter todas essas informações em seu banco de dados, não possuía uma lista específica que desse conta do nosso recorte. Muita coisa interessante veio à luz nesse processo, como nomes recorrentes de designers que ganharam os mesmos prêmios por vários anos seguidos e categorias criadas e excluídas com o passar dos anos.
A diagramação do cartaz se inspirou num calendário, com 7 colunas verticais e grandes algarismos vermelhos, para que visto de longe ele lembrasse uma folhinha que corre de hoje em direção ao passado, com os números em ordem decrescente.
Nos dois cantos do papel, que ficariam em branco nesse calendário, dispusemos as informações obrigatórias do cartaz: os logos no canto inferior esquerdo e os dados referentes especificamente à trigésima primeira edição no canto superior direito, área que com o cartaz dobrado se destinaria à “capa do folder”.
C A R T A Z - L I V R E T O
Todo ano, o Museu da Casa Brasileira espalha esses cartazes de divulgação do Prêmio por faculdades, universidades e locais onde acreditam haver pessoas interessadas em se inscrever nas suas categorias, e também enviam os mesmos pelos correios para os designers que eles consideram estar aptos a participar do concurso.
Nós pensamos então que esse cartaz de fato poderia existir em suas duas formas: abertos, presos nas paredes e murais dos espaços destinados a esse fim; e também dobrados, resultando numa forma econômica de enviá-los às casas e escritórios das pessoas ou mesmo dispostos despretensiosamente como folders sobre as mesas e balcões da cidade.
O cartaz teria então dois momentos de leitura. O primeiro, como cartaz afixado em algum suporte vertical, lido à distância com destaque para os algarismos vermelhos que fazem a contagem regressiva do 31 ao 1 e com o texto pequeno preto servindo como uma textura sem legibilidade. E o segundo, para um leitor que se aproxima interessado ou dobrado em formato de livreto, atingindo legibilidade completa até mesmo do menor texto que documenta a histórias das edições passadas.
Na página da edição 31, são apresentadas as categorias em que estão abertas as inscrições com os espaços correspondentes aos nomes dos vencedores em branco. A ideia é que essas lacunas se ofereçam como um convite a ser preenchido por quem recebe o cartaz e que passa a desejar que seu nome também faça parte da história do prêmio.
R E S U L T A D O
Como vem acontecendo ano após ano, além de não ganharmos o prêmio, não nos sentimos representados pelos finalistas que pouco compartilham das nossas escolhas e visão de design.
Mas dessa vez, o Museu organizou uma exposição com alguns cartazes selecionados que foram submetidos à votação popular e assim conseguimos pela primeira vez ver nosso cartaz se relacionando com os seus colegas concorrentes.
F I C H A T É C N I C A